Construindo uma autoimagem saudável e empoderada na terceira idade
Vivemos em uma sociedade que, por muito tempo, associou beleza, valor e produtividade à juventude. Mas essa realidade está mudando — ainda que lentamente. Hoje, cada vez mais homens e mulheres da terceira idade buscam formas de fortalecer sua identidade e cultivar uma autoimagem saudável, resistindo ao preconceito etário e assumindo com orgulho suas histórias, rugas e conquistas.
Neste artigo, vamos refletir sobre como é possível envelhecer com dignidade, mesmo em um mundo ainda marcado pelo etarismo, e como construir uma relação de amor e respeito consigo mesmo.
O que é identidade na terceira idade?
A identidade é a forma como nos enxergamos e como nos apresentamos ao mundo. Na maturidade, ela passa por diversas transformações: mudanças no corpo, nos papéis sociais (aposentadoria, viuvez, independência dos filhos), e nas prioridades. Tudo isso impacta diretamente a forma como o idoso se sente.
Manter uma identidade forte na terceira idade significa reconhecer o valor acumulado ao longo dos anos. É ter orgulho da experiência, da sabedoria adquirida e do caminho trilhado. É compreender que, apesar das mudanças, seguimos sendo protagonistas da nossa própria história.
Etarismo: o preconceito invisível
O etarismo — ou ageísmo — é o preconceito contra pessoas com base na idade. Ele se manifesta em piadas, exclusões sociais, representatividade limitada na mídia e oportunidades negadas no mercado de trabalho. Muitas vezes, o etarismo é tão enraizado que é reproduzido pelos próprios idosos, na forma de autodepreciação.
Enfrentar esse preconceito começa com a consciência. É preciso nomear e rejeitar as crenças que colocam a velhice como sinônimo de incapacidade ou desvalor. Cada fase da vida tem sua beleza e seu poder. A terceira idade, especialmente, é um período rico em sabedoria e liberdade.
Leia também em nosso site: Como lidar com as mudanças psicológicas na terceira idade
Autoimagem: muito além do espelho
A autoimagem na velhice vai muito além da aparência física. Envolve como você se sente em relação ao seu corpo, à sua utilidade, à sua inteligência, à sua sensualidade e ao seu lugar no mundo.
Para desenvolver uma autoimagem saudável na terceira idade, é fundamental:
- Rever crenças limitantes: questionar ideias como “não tenho mais utilidade” ou “não sou mais atraente”.
- Celebrar conquistas: reconhecer as vitórias que o tempo trouxe.
- Valorizar o corpo real: com marcas, rugas, cicatrizes. Todas contam uma história.
- Investir em autocuidado: não para agradar os outros, mas para sentir-se bem consigo mesmo.
Veja mais sobre empoderamento no site do Instituto de Longevidade série de lives sobre o tema.
A construção de uma nova autoestima
A autoestima na velhice pode florescer a partir do momento em que a pessoa passa a valorizar sua trajetória, seus saberes e sua liberdade. É uma autoestima que não depende da aprovação externa, mas do reconhecimento interno.
Aqui vão algumas práticas que ajudam nesse processo:
- Rodeie-se de pessoas que valorizam quem você é.
- Participe de grupos de convivência ou atividades culturais.
- Mantenha-se atualizado com a tecnologia e as tendências.
- Diga “sim” a novos projetos, mesmo que fora da sua zona de conforto.
Acesse também nosso conteúdo sobre autoestima e bem-estar na terceira idade.
Moda, visibilidade e protagonismo
Uma forma concreta de expressar identidade e autoimagem é através da moda. Escolher o que vestir com liberdade e autenticidade é um ato de poder. Marcas começam a perceber o potencial da “geracão prateada” e lançam linhas de roupas adaptadas e estilosas para esse público.
A visibilidade também cresce em campanhas publicitárias, novelas e redes sociais, ainda que lentamente. Isso fortalece o senso de representatividade e ajuda a romper estigmas.
Um novo paradigma para o envelhecimento
O futuro pertence às pessoas que vivem com significado, e a terceira idade é o momento ideal para viver essa verdade. Envelhecer não é declínio, mas transformação. E a autoimagem empoderada é uma ferramenta essencial para trilhar esse caminho com coragem e alegria.
Na jornada do envelhecimento, o que realmente importa é como você se enxerga. Não permita que o mundo dite sua imagem. Reescreva sua narrativa, com orgulho, autonomia e brilho nos olhos.
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